Aproveitando o clima de fim de ano e o ardor das previsões, é oportuno relembrar um fenômeno estético perpassante na mídia. Estamos falando do programa humorístico Pânico na TV, cujo mote inicial há seis anos era usar a metalinguagem* para fazer deboche da própria TV, mas que ao longo do tempo foi tragado pela paródia das mulheres-objeto e que aos poucos tais figuras vão entumescendo e se transformando em musas do Extreme Bodybulding e em bonecas vivas de silicone (Real Dolls).
Ora, um dos atratores mais usados na batalha para conseguir pontinhos no IBOPE é a exibição de corpos femininos semi-vestidos. Então, parodiando este mundo cão onde vale-tudo, o Pânico levou ao misancene mulheres para desempenhar o papel de objetos; fato que originou a mulher-samambaia, uma linda fêmea reprodutiva humana encarnando o papel de vegetal.
Lembram dos idos de 2004, quando Danielle Souza, a animadora da mulher samambaia, posou para a Revista Sexy, totalmente natural, sem silicone e sem artificialismos?
Um pouco de História: nasce o primeiro Rinoceronte da TV brasileira.
No distante ano de 2002 entrava em confinamento no Reality Show "Casa dos Artistas 2" o primeiro Rinoceronte brasileiro famoso, na pele da ex-Feiticeira (caldeirão do Huck) Joana Prado. A loirona bombada de voz gutural iniciava a era de sucesso dos quadrúpedes superdesenvolvidos na TV brasileira.
Pânico: do discreto vegetarianismo samambaico à reprodução em massa dos grandes herbívoros.
Desde a versão 1.0 natureba da Mulher-Samambaia, muita coisa mudou e o Pânico na TV se viu obrigado a incorporar como ferramenta cativante aos telespectadores a metalinguagem da proposta inicial. De olhos nos pontos do IBOPE, os produtores do programa descobriram que a exibição de mulheres semi-peladas rebolativas erotizava os picos de audiência, o que trazia mais dinheiro para a caixinha. Então, o deboche virou praxe e surgiram as Panicats, modelos requebrando os músculos glúteos desnudos na frente das câmeras e eventualmente fazendo participações dos quadros mais mentalmente retardados.
Depois da consagração das Panicats, ao longo dos anos elas passaram a sofrer modificações estéticas, ou melhor, entumescências corporais que as estão pouco a pouco transformando em rinocerontes.
Muitos podem alegar que não há AINDA no Pânico alguém do porte da beleza paleontológica do Bodybuilding, como a dinamarquesa naturalizada sueca Irene Andersen.
Todavia, quem assistiu o Pânico desde os primórdios, nota a evolução gradativa das Panicats rumo às centenas de mililitros de silicone e ao superlativismo muscular da puxação de ferros. Se pegarmos algumas Panicats atuais, tais como as siliconadas Dani Bolina e Juliana Salimeni (Juju),
veremos que os seus corpos já manifestam várias características de rinoceronte e que a tendência das próximas modelos será o reforço do estilo Real Doll viva, antes de descambar definitivamente para a estética descomunal da "bela" Irene.
* Metalinguagem: é a construção de aparato semântico visando a reflexão e critica do próprio ofício.
Depoimento do primeiro Rinoceronte brasileiro na [Isto É].
Veja mais fotos da futura Panicat Irene Andersen, a mulher mais forte da Suécia, no [Buzz Inn].
Certamente, o critério de seleção das Panicats leva em conta mais os níveis de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), do que aspectos de beleza essencialmente femininos.
Fonte : Aqui.
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